Apresentado por Hari Govinda Das.

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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

SRI SHIVA LINGA PURANA

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O Sri Shiva Linga Purana nos faz perceber como o Ocidente perdeu a sua própria tradição e afastou o homem da natureza e do divino.

Aqui nos é revelado a como descobrir que os ritos e as crenças do mundo ocidental são muito próximos do Shivaismo e facilmente explicáveis com a ajuda dos textos e dos ritos preservados na Índia. Foram as religiões relativamente recentes do mundo ariano e semítico-judaísmo,cristianismo,islamismo e comunismo- que afastaram o homem do resto da criação e da experiência religiosa e mística milenar, cuja tradição se preserva na Índia ate os nossos dias e que o Ocidente devera encontrar , se pretende sobreviver.

Textos utilizados para o estudo deste comentário.

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Skanda Purana

Shiva Purana

Atharva veda samhita

Sri Linga Purana

Rigveda samhita

Bhagavata Purana

Gopathabramana

Agni Purana

Shwetashvatara upanishad

Taittitriya upanishad

Mundaka upanishad

Shiva samhita

Gherenda samhita

Shiva Swarodaya

Kularnava tantra

Mahanirvana tantra

Tantra raja

Manu smriti

Hatta yoga pradipika

Ashvalayana grihyasutra

Rudrasukta

Shiva pradosha strotam

Prefacio

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Este tratado filosófico não é um ensaio da historia das religiões, é o reflexo de uma experiência pessoal e da descoberta após muitos anos de estudo e também minha experiência através de vários contatos pessoais com variados aspectos da cultura hindu.


O tema tratado aqui é Anterior ao hinduismo Védico,a religião grega , ao zoroastrismo etc, esse culto surge primeiro como resultado dos esforços do homem, desde suas origens mais distantes, para compreender a natureza da criação, sua beleza, sua crueldade, seu equilíbrio e a maneira como pode se integrar na obra do Criador, cooperar com ele.



Aos poucos percebemos que tudo o que me parecia valido nas religiões ulteriores são apenas remanescentes parciais,deformados e às vezes desnaturados ou habilmente dissimulados , desta antiqüíssima sabedoria resumida nos cultos a Shiva.



As concepções que o Shivaismo nos fornece sobre a natureza do mundo material e sutil, assim como seus métodos ,a yoga, o sankhya(cosmologia) e o tantrismo,representam um conhecimento da natureza e do cosmo jamais igualados.



As forcas obscuras que parecem reger o mundo moderno dão mostras de muita habilidade para afastar, deformar e anular todos os impulsos do homem em direção as realidades fundamentais, á ordem divina do mundo.Assim que um bosquejo em direção á luz se faz sentir “e imediatamente controlado por aqueles que devem desnaturá-los, explorá-lo e transformar o benéfico em maléfico.



É difícil para o homem alcançar o verdadeiro saber e a sabedoria. Os homens, dizem os Upanishads, fazem parte do rebanho dos deuses, e não agrada aos deuses perder cabeças do rebanho.É por isso que os deuses põem obstáculos nos caminhos do conhecimento, o qual poderia permitir ao homem libertar-se , escapar da escravidão , da armadilha( pasha) do mundo natural.



Os yogues , durante sua preparação, adquirem poderes místicos cada vez mais extraordinários. Se se deixam levar para essas tentações , iriam se desviar do seu objetivo. Por outro lado, quando a humanidade, em seu conjunto, torna se um perigo para as outras espécies, para o equilíbrio da natureza, os deuses inspiram os homens a loucura que os conduz á sua destruição. No entanto, um caminho permanece sempre aberto para a volta do homem a seu verdadeiro papel, á cooperação na obra divina.



Esse caminho ensinado pelo Shivaismo, não tem nada a ver com as falsas virtudes, os problemas morais ou sociais artificiais em que se comprazem as religiões e as sociedades modernas, cujo objetivo é precisamente enganar os espíritos, afastar os homens dos valores reais e, portanto conduzir a humanidade ao suicídio. O caminho do Shivaismo seria um dos poucos que poderia permitir á humanidade a se salvar.



O principio do Shivaismo é o de que nada existe no universo que não faca parte do corpo divino, que não passa de um caminho para alcançar o Divino,todos os objetos , todos os aspectos do homem todos os fenômenos naturais, as plantas, os animais, todos podem ser pontos de partida para nos aproximarmos do divino.



Não existe nem alto nem baixo, funções inferiores ou superiores, profano ou sagrado, se reconhecemos a ordem divina em todas as coisas, todas as nossas funções psíquicas, todas as nossas ações ou potencialidades,seremos mos companheiros ( kaula) do deus. Ou participantes ( bhaktas) ,se pelo contrario ignorarmos ou nos recusarmos a ver a ordem universal em tudo o que constitui nosso ser físico ou mental e os laços nos unem , em todos os níveis, ao mundo natural e cósmico, atraímos sobre nos a loucura destruidora, que é a manifestação da cólera dos deuses.



O universo é uma obra maravilhosa de harmonia, beleza e equilíbrio.Outros universos são possíveis, baseados em outras formulas, aquele que o homem se encontra é o resultado de uma forma de pensamento dessa principio imenso, incognoscível, indefinível, de onde surgiram os deuses, a matéria e a vida.



O mundo mineral, o mundo vegetal, o mundo animal e humano e o mundo sutil dos espíritos e dos deuses existem um pelo outro, um para o outro. Não poderia haver uma verdadeira aproximação do divino, uma bisca do divino, uma ciência , uma religião, uma mística que não levasse em conta essa unidade fundamental da criação.



É para os buscadores sinceros e de boa vontade , perdidos num mundo de falsos valores, traumas e vícios que preparamos esse pequeno comentário do Linga Purana, talvez muito insuficiente, mas que pode lembrar a alguns que existiu, que ainda existe, um caminho para a sabedoria, que é a busca da compreensão da natureza do mundo e da cooperação na obra divina.

Om tat sat!

As duas fontes de religião

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O fenômeno religioso, desde o nascimento das civilizações urbanas, manifestou se e concretizou se, entre os povos sedentários, sob dias formas opostas e contraditórias. Uma ligada ao mundo da natureza, e a outra á organização da vida coletiva da cidade.



O corpo é o instrumento de todas as realizações humanas e deve ser tratado como tal, assim ensina a yoga, a criação em sua totalidade, beleza, florescência, crueldade, harmonia é a expressão do pensamento divino, é por assim dizer a materialização, o corpo de Deus. Somente aqueles qie compreendem o mundo natural, que se identificam com ele, que ocupam um lugar entre as arvores, as flores, os animais,podem realmente aproximar se do mundo dos espíritos e dos deuses.



Conformar –se com o que é, é dharma ( swalakshanadharanad dharmah) a palavra dharma significa lei natural, conforma se a ela é a única virtude. Não há melhor caminho que não seja a realização daquilo que somos pelo nosso nascimento, nossa natureza e nossas aptidões.



Cada qual deve representar o melhor possível o papel que lhe cabe no grande teatro da criação, se o homem tentar atribuir a si mesmo um papel que não é o seu na sociedade, torna se um inimigo da humanidade, se ele é um predador, um inimigo de outras espécies, torna se o inimigo dos deuses, o inimigo da criação.



Outra forma de religião é a da cidade, ou da sociedade dos homens,ela pretende impor sanções divinas a convenções sociais,erige leis humanas em atos sagrados, , serve de desculpa ás ambições dos homens, que pretendem dominar o mundo natural, fazer uso dele, atribuir-se uma posição única em detrimento das outras espécies, vegetais, animais ate supranaturais. Foi sob influencia das concepções religiosas dos conquistadores nômades, que as religiões da cidade adquiriram um caráter antropocentrista, que não era aparente na origem. Foi sob influencias das concepções religiosas rudimentares dos conquistadores nômades ,que as religiões da cidade adquiriram um caráter antropocentrista, que não era aparente na origem.



Os povos nômades não tem verdadeiro contato com o mundo da natureza. Não vivem em comunidade com lugares, arvores, animais, a não ser com aqueles que eles dominaram ou domesticaram. Caminha com seus deuses e lendas, e que são mais predispostos que os outros á simplificação monoteísta.



O culto a Shiva é essencialmente uma religião da natureza. Shiva representa aenas um aspecto da hierarquia divina, aquele que concerne ao conjunto da vida terrestre. O shivaismo , ao estabelecer uma coordenação realista entre os seres sutis e os seres vivos, sempre se opôs ao antropocentrismo das sociedades urbanas. O Shivaismo ensina aos homens a não dar importância as leis humanas para reencontrar as leis divinas, seu culto ,que desencadeia as potencias da alma e do corpo, encontrou uma viva resistência por parte das religiões urbanas que o consideravam anti- social. Shiva é representado por elas como o protetor daqueles que se mantém afastados da sociedade convencional.



O perigo do monoteísmo é que ele resulta numa redução do divino a imagem do homem, uma apropriação de Deus a serviço de uma raça eleita. É o oposto da verdadeira religião. Pois serve de escusa á sujeição da obra divina ás ambições do homem.



Qualquer religião que considera seus fieis como eleitos que pretendem ter recebido de um deus o direito e o dever de propagar suas crenças, seus costumes e destruir ou sujeitar os incrédulos, não passa de um impostura. As cruzadas, as missões, as guerras santas são as mascaras da homogenia e do colonialismo.



No Rig veda (II-21-5) o livro sagrado dos invasores arianos, pedia ao deus Indra que não permitisse que os adeptos do culto de Shiva, que eles chamam de Shishna-devas, adoradores do Linga, pudessem aproximar se de seus sacrifícios e rituais.Todavia o poder da magia misteriosa de Shiva nunca pode ser ignorada impunemente e teve de ser reservado um lugar para o culto de Shiva , apesar da hostilidade que sempre lhe demonstram os senhores da cidade.



Só com o desenvolvimento do novo bramanismo é que os ritos ao linga não arianos foram incorporados as crenças arianas, formando um elemento essencial do Shivaismo histórico.Os maiores santuários tiveram que lhe reservar um grande espaço, sem duvida a contragosto. Um deva da juventude, dos humildes e da ecologia, protetor dos animais e das arvores, Shiva ´e acusado de ensinar os segredos do saber aos sudras, aos humildes, de estar cercado de bandos de jovens delinqüentes que zombam das instituições da sociedade e dos governos de velhos. No Shivaismo, a transcendência em relação ás normas da vida ordinária é traduzida no plano popular pelo fato de Shiva, entre todas as coisas, é representado como o deus patrono daqueles que não levam uma vida normal e até mesmo fora da lei. ( yoga trantrika-pg 432)



O contato co as forcas que animam o infra- humano e o supra-humano, que os fieis de Shiva buscam, levao-os a uma recusa do político, das ambições e dos limites da vida socializada, não se trata de um reconhecimento da harmonia do mundo, mas de uma participação ativa numa experiência que ultrapassa e perturba a ordenação da vida material.



Ao longo da historia , as sociedades urbanas e industriais, exploradoras e destruidoras do mundo natural, opuseram-se a qualquer aproximação ecológica ou mística, a libertação do homem, á sua felicidade.



As guerras, os genocídios, as destruições de civilizações inteiras sempre tiveram por base as religiões da cidade. Todas as vezes que o culto a Shiva reapareceu ele foi banido da cidade que só admite os cultos que dão importância desmedida ao homem, que permite e escusam suas depredações e condenam as formas de êxtase que possibilitam um contato direto com o mundo mistérios dos espíritos.



Durante toda a historia da Índia, encontramos diatribes contra as diversas seitas shivaistas, suas praticas, seus sacrifícios sangrentos, seus ritos. Quer se trate do bramanismo ou do vedismo, sempre encontramos a mesma oposição aos remanescentes da antiga religião fundada no amor á natureza, na busca extática, as mesmas perseguições aos shivaismo ou as outras seitas místicas.



Umas das armas das religiões urbanas é a tirania moral, baseada em dogmas que lhes permitem disciplinar o homem, opor-se á sua realização.O puritanismo é totalmente desconhecido no mundo natural, na religião natural apresentada pelo Linga Purana. A religião em sua forma atual – que é preciso distinguir dos ensinamentos originais, representa um desvio característico do conceito religioso que já não considera o conjunto de obras do Criador, mas apenas a doutrinação do homem com objetivos de poder.A expansão colonial do mundo cristão é um exemplo evidente disso. A religião crista impõe , especialmente ás coisas da carne, um código moral de extremo rigor. Condena o amor em si, o orgulho da vida. Vai portanto de encontro aos instintos mais poderosos do animal humano. Essa religião , ao introduzir para as faltas morais a noção teológica de pecado, isto é , de ofensa direta a Deus, faz pesar sobre a existência a carga insuportável de uma culpabilidade , a espera de um julgamento e de um castigo eternos, que correm o risco de entravar toda ação e extinguir toda alegria. Não há nada semelhante no culto antigo do Shivaismo.



A perseguição a sexualidade, elemento essencial da felicidade , é uma técnica característica de todas as tiranias patriarcal, política ou religiosa. A Índia onde o Shivaismo permaneceu como um componente essencial da vida religiosa, foi parcialmente preservada do fetichismo moral que prevaleceu no Ocidente. Não atribui nenhum valor absoluto, nenhum caráter categórico a normas de comportamento.na pratica atual do shivaismo indiano , encontramos um numero muito grande de elementos que permaneceram idênticos áqueles que os textos mais antigos mencionam. O Shivaismo e seus métodos de yoga e o trantrismo constituem uma aproximação do mundo natural e sobrenatural profundamente realista que tende, de maneira periódica a restabelecer sua influencia quando os homens começam a compreender que foram desviados do respeito ás leis naturais elas religiões urbanas e buscam retornar as praticas e ritos mais conformes á razão de ser da criação.



A profunda influencia do Shivaismo sobre o conjunto do pensamento indiano, na atitude dos hindus em relação aos animais, aos homens e aos deuses , salvaguardou em grande parte, na Índia , o respeito pela obra do Criador e um espírito de tolerância fundamental que só muito raramente subsistiu em outros lugares.



Após os ataques que lhes foram dirigidos pelo vedismo e pelo budismo, e depois pelo puritanismo islâmico e cristão, o shivaismo tende a encerrar-se num certo esoterismo, e assim não é fácil abordá-lo. As classes modernizadas da Índia fingem ignorá-lo, mas isso não afeta a sua vitalidade profunda. O Shivaismo continua sendo essencialmente a religião do povo, mas também a dos maiores graus da iniciação no mundo Hindu. Não há de fato outra verdadeira iniciação senão a shivaista, todos os cultos de mistérios são de caráter shivaista.



A herança do Shivaismo é a base da experiência dos hindus, se bem que com freqüência sob uma forma desnaturada e tornada insípida pelo puritanismo e avareza sexual, que são enfermidades endêmicas do bramanismo védico, assim como de todas as religiões que se tornaram religiões de estado. O poder temporal , a riqueza, a hierarquia autoritária das instituições religiosas são incompatíveis com a liberdade necessaria a toda pesquisa que se trate da experiência mística ou descoberta cientifica. A igreja tentou e ainda tenta eliminar tanto os místicos quanto os cientistas, seus sacramentos são apenas ritos sociais, e não mais a transmissão de poderes sagrados.Sua moral reduz a uma perseguição do sexual que faz daqueles que suportam sua tirania seres frustrados, agressivos e perigosos.

Elementos de historia.

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A Índia graça a seu sistema social, permitiu ás diversas raças humanas coexistirem e subsistirem em seu território, sem se destruírem ou se misturarem, mantendo, em larga escala , suas instituições e suas culturas.É por essa razão que encontramos na Índia grupos humanos, sociedades , religiões atualmente minoritários, que em outros lugares foram destruídos ou assimilados por grupos mais poderosos.



Encontramos na Índia sob forma viva , os ritos, os símbolos , as crenças de religiões , cuja existência em outros lugares só conhecemos através de vestígios arqueológicos e alusões literárias. Na Índia podemos reviver e compreender as vezes de maneira quase integral os ritos e as crenças que pertenceram ao mundo mediteraneo e ao Oriente Médio na antiguidade.



Alem das características físicas é possível reconhecer os grupos étnicos da Índia também por sua família lingüística, sendo que os principais correspondem aproximadamente a três grandes épocas do desenvolvimento das civilizações paleolítica, neolítica e moderna. Essas famílias linguisticas estão representadas na Índia pelas línguas munda, dravidicas e arianas. Esses grupos humanos e os elementos étnicos, lingüísticos, religiosos, sociais que lhes são característicos representam , de fato etapas de uma evolução particular da espécie humana, as quais não são necessariamente sinônimo de progresso.



Encontramos traços deles por toda parte, as vezes apenas no que chamamos de vestígios pré- históricos, as grandes famílias raciais e lingüísticas da Índia podem, portanto ser uma chave para a compreensão das culturas desaparecidas em outros lugares.



O sistema tão depreciado das castas( varnashrama) permitiu a sobrevivência dos povos mais diversos, dos menos agressivos, dos menos dotados para a civilização industrial. Nas sociedades ditas democráticas , os mais fracos são infalivelmente despojados , destruídos, culturalmente aniquilados . Presenciamos no passar dos templos o genocídio dos pigmeis e aborigenes da Austrália, assim como nos dias modernos da invasão do Tibet pela China.



Em alguns séculos muitos povos da América perderam sua cultura, sua religião,muitas vezes sua própria língua e até a lembrança de sua historia.As tragédias da historia são as invasões devastadoras , as revoluções culturais, apoiando -se sempre em novoa cultos. O comunismo é, nesse sentido um culto, assim como no cristianismo ou o islamismo. Os grupos humanos mais bárbaros e menos evoluídos massacram, em nome de ideologias freqüentemente rudimentares,os detentores do saber, queimam as bibliotecas, e destroem os monumentos. Nada mais resta da prodigiosa cidade do México que os primeiros conquistadores espanhóis descreveram como a mais bela do mundo. Quer se trate de invasores externos ou de revoluções internas, os resultados são os mesmos, muitas vezes são necessários séculos para que sejam recuperados alguns restos da herança perdida.



Os adivasis( ou primeiros ocupantes) falam línguas munda, formam um dos grandes grupos raciais e lingüísticos ao lado dos dravidianos, e dos arianos, segundo fontes históricas a raça mais arcaica que tenha sobrevivido, um povo novo de pele morena e cabelos lisos, que fala uma língua aglutinante, aparece na Índia, entre os povos munda durante o neolítico.



Esse povo e sua religião o Shivaismo iriam representar um papel fundamental na historia da humanidade. A origem deste povo que denominamos dravidianos é obscura. Segundo a tradição teria vindo de um continente , tragado pelo mar, situado a sudoeste da Índia. Esse mito faz pensar no mito de Atlântida. Não é possível que outras ramificações do mesmo povo tenham chegado á áfrica e aos Mediterrâneo, daí a dificuldade em atribuir com certeza um lugar de origem á revelação do Shivaismo.



A língua e a cultura dravidianas que ainda hoje são as das populações do sul da Índia , parecem ter estendido sua influencia da Índia ao Mediteraneo, antes das invasões arianas. Em vários paises do oriente médio e mesmo na Europa encontramos a influencia do período dravidiniano na cultura e religiões locais. No continente indiano os centros de cultura dravidianas pré- arianas que deixaram vestígios arqueológicos importantes encontram-se principalmente no vale do Indo, atual paquistão, em particular em Mohenjo- daro e Harappa.



A imigração dos povos nômades arianos- erroneamente chamados indo- europeus- que deixaram as regiões que atualmente compõem a união soviética , por razoes provavelmente climáticas e inavadiram em levas sucessivas a Índia, o oriente médio e a Europa, iria representar um papel consideravel na historia da humanidade.

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As religiões promordiais

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Na Índia quatro religiões principais correspondem ás diversas abordagens do problema do sobrenatural que se encontram e se opuseram no curso de uma longa historia,elas representam as aquisições do pensamento religioso da humanidade desde sua mais remota pré- historia.



Todas as religiões ulteriores são apenas adaptacoes de elementos provenientes dessa prodigiosa herança. Por mais que se diga ao contrario jamais se encontram elementos realmente novos.as quatro religiões da Índia antiga correspondem a quatro concepções distintas do mundo e dos deuses, cuja disseminação que em muito ultrapassou as fronteiras da Índia, parece ter tido um caráter universal. A primeira dessas concepções é a que podemos denominar animista.

O Senhor da Yoga

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Os métodos de yoga provem do Shivaismo pré-histórico, Shiva é o senhor da yoga,os metodos de yoga implicam um conhecimento ate hoje não- igualados das estruturas do ser humano, dos laços que unem o físico e a mente dos poderes latentes do homem e das técnicas que permitem desenvolve- los e utiliza- los para fins de conhecimento, que vão do mundo físico ao mundo supranatural.



Foi atraves dos métodos de yoga que os sábios da índia antiga aprenderam a ultrapassar os limites dos sentidos, a sair das dimensões do espaço e a perceber as estruturas do infinitamente pequeno( paramatma), como também do infinitamente grande ( brahman), a descrever objetos e continentes longínquos , a estabelecer contato co os mundos invisíveis ( sidhas) , e desenvolver as aptidões do homem, a controlar seus mecanismos vitais, e a utilizar suas energias vitais para obter realizacoes tanto materiais como espirituais e as superações das barreiras da vida para chegar finalmente á identificação com o divino.



A yoga tem como fundamento as correspondências analógico- místicas entre o macrocosmo e microcosmo. No corpo estam presentes e agem todos os poderes que se manifestam e operam no mundo, - Mais longe que o mais longínquo, ele esta bem mais perto no corpo, para os seres iluminados ele esta na caviade do coração. ( mundaka upanishad-III-i-7).



Pela instrospeccao o yogue descobre em seu próprio corpo a existencia de certos centros ligados as faculdades sutis.Esses centros são chamados de engrenagens ou cackras ou lótus padma. Desses centros partem aterias sutis nadis, que os ligam aos centros de percepção do pensamento e da cosnciencia, que se encontram eventualmente no cérebro.



O conjunto de nadis parte de um centro, o Muladhara- raiz, que corresponde ao aspecto material da criação, ao principio terra- privitti ta, bn hm m ngf

Brahmacarya -Errante na Imensidão.

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A viagem é sempre um símbolo da experiência iniciatória,denomina-se brahmacari um aprendiz ou um monge errante que busca adquirir o saber e o conhecimento e que para isso deve renunciar por um certo tempo a todas as preocupações materiais e mendigar seu alimento.



Na primeira parte da vida todo homem deve consagrar -se essencialmente ao estudo,depois disso deve praticar a vagueação e passar pelas provas de iniciação. Só em seguida poderá participar da vida social e se desejar casar-se.



Para ser liberado , deve-se satisfazer os sábios pelo estudo, em seguida aos deuses pelos sacrifícios e no final os ancestrais engendrando filhos ( Shiva Purana-II_12-32).



No momento de renunciar ao mundo o candidato a vagueacao deve convidar dois sacerdotes , lavar-lhes os pés, oferecer –lhes comida, dar-lhes roupas e dinheiro. Levando apenas uma tanga um cordão sagrado e um bastão, assim como os assessórios dos rituais de oferenda , deve se retirar se para o beira do mar, para uma montanha pó para perto de um rio onde se efetuara os rituais.( Shiva Purana-85-90)



O homem que procura alcançar o conhecimento deve de preferencia viver na floresta( vanaprastha) livre de qualquer preocupação material. Deve buscar para si um mestre qualificado e fazer tudo para agrada-lo e servi-l0, este estando satisfeito com o devoto lhe ministrará os ensinamentos ( Shiva Purana-32-33)



Os monges também são chamados de sannyasis, ( aquele que dedica todo seu ser a busca do Divino) e se não for errante pode retirar se para a floresta. Graças a yoga , ele aprende a linguagem dos animais, e estes vem a ele sem medo, obedecem-lhe e seguem seus ensinamentos. As vezes encontra se esses ascetas nus nas florestas da Índia central, outros as vezes se retiram para os porões ou celas nas montanhas. Jamais vêem alguém, alimentam se de frutas e raízes, em alguns casos fieis levam-lhes comida, deixando a certa distancia.



Hoje em dia emprega –se com freqüência a palavra brahmacari com o significado de casto, ou celibe, mas a castidade é uma noção ambígua, nenhum homem é casto, já que de uma maneira ou outra emite perioticamente seu semen, nem que seja dormindo. O que é proibido aos sannyasis e brahmacaris não são as praticas sexuais, mas sim os vínculos e particularmente os atos reprodutores que , por suas conseguencias o ligam a sociedade, privando-os assim de sua liberdade (Shiva pradoska strotam)



Os brahmacaris e os sannyasis não devem ter ligação que implique nos risco de concepção, mas devem ser economicos em seu sêmen, consagrando-o aos estudos e dedicação ao divino. Por outro lado em certos rituais é um brahmacari ou um sannyasi que devem unir -se ritualmente a uma padmini ou devadasi. A palavra brahmacari corresponde mais ou mesnos s bacharel, a idéia de castidade não esta necessariamente implicada. Shiva com freqüência é representado sob a forma de um brahmacari, de um jovem asceta errante, cuja aparência perturba todos os seres e inspira-lhes desejo.

Descrição da Era de Kali-yuga segundo o Linga Purana.

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A evolução do mundo é submetida a ciclos.Em varias ocasiões a humanidade e o conjunto das espécies vegetais e animais conheceram sua infância, sua idade áurea,seu declínio e sua destruição.Cada um desses ciclos é dividido em quatro períodos denominados yugas.



O primeiro período é a idade do Ouro ou idade da Verdade ou Satya-yuga, durante a qual o homem é sábio, busca a auto realização , esta em harmonia com a natureza e o cosmo, busca pelo Divino. O segundo período é a Idade da Prata, o treta –yuga, idade dos três fogos ou dos ritos, O terceiro é o do Bronze, ou Dwapara- yuga, ou idade da indecisão, e o ultimo período e a Era de ferro ou Kali-yuga, ou idade dos conflitos.





Neste ultimo período, no qual nos encontramos a humanidade trabalha para sua própria destruição. A palavra kali significa conflito , querela, e não tem nada a ver com a deusa Kali ou a potencia do tempo , da morte.



Durante a Kali yuga , a desordem no equilíbrio natural , na sociedade e seus valores fundamentais vai aumentando num ritmo cada vez mais acelerado,que anuncia o fim do ciclo e a destruição quase que total da humanidade (pralaya) ,fim que não estaria muito longe.



A supremacia do homem sobre o mundo terrestre e a destruição gradual por ele das outras espécies vivas provocam a vingança ou castigo de Shiva, manifestada pela loucura que inspira áqueles que se opõem a ordem natural da vida, loucura evidente no comportamento da humanidade moderna, formada por massas inconscientes conduzidas por dirigentes irresponsaveis e maléficos.



Mergulhados nos recônditos da ignorância e pensando- Somos pessoas sabias e instruídas, esses loucos, expostos a mil males erram em aventuras como cegos conduzindo por um cego-( Mundaka Upanishad-I cap2.8).



Nesta Era de Kali, os homens da raça de ferro , não cessarão nem durante o dia de sofrer as fadigas e miserias, nem durante a noite de serem consumidos pelas duras angustias que lhes enviarão os deuses. O pai então não parecera com o filho, nem o filho com o pai, o hospede já não será querido por seu anfitrião, o amigo pelo amigo, o irmão pelo irmão,como era antes.Assim que ficarem velhos os pais receberão só desprezo dos filhos, esses se expressarão com palavras rudes a seus pais,os filhos sequer experimentarão o temor dos céus, aos velhos que o alimentarão recusarão alimentos.



Nenhum valor terá a promessa, o justo, o bem, será ao artesão de crimes, ao homem todo desmedido que dedicaram seus respeitos,, o único direito será a forca, já não haverá consciência. O covarde atacara o bravo com palavras tortuosas, que apoiara com um falsa promessa. Aos passos de todos os miseráveis humanos estarão ligadas a inveja, a linguagem amarga, a face rancorosa, que se comprazem com o mal.



No Linga Purana descreve os homens de Kali yuga como atormentados pela inveja, irritáveis, sectários, indiferentes ás conseguencias de seus atos. São ameaçados pela doença, pela fome, pelo medo e terríveis calamidades naturais. Seus desejos são mal orientados, seu saber utilizados para fins maléficos, são desonestos, muitos perecerão. A casta dos nobres e dos agricultores declinam, a classe operaria durante a era de Kali pretende governar e dividir com os letrados o saber, as refericoes, as cadeiras e as camas. Os chefes de estado são em sua maioria de origem inferior, são ditadores e tiranos.



Matam os fetos e os heróis, os trabalhadores querem assumir papeis intelectuais, os intelectuais o papel dos trabalhadores,, os ladrões tornam se reis e os reis ladroes, as mulheres virtuosa são raras, a promiscuidade propaga se , a estabilidade e o equilíbrio das castas e das idades desaparecem, a terra não produz quase nada em certos lugares e muito em outros, os poderosos se apropriam- se dos bens públicos e deixam de proteger o povo,, cientistas de origem inferior serão honrados como brâmanes( sábios ) e entregam a pessoas que não são dignas os segredos perigosos das ciências, os mestres avilvam se vendendo o saber, muitos refugiam se numa vida errante, por volta do fim da kali yuga o numero de mulheres aumenta e dos homens diminui.



Na Kali yuga os animais se tornam violentos, o numero de vacas diminui muito, os homens de bem retiram- se da vida publica, haverá comida já cozida sendo vendida em praça publica, os sacramentos e a religião também estará a venda .



A chuva é errática, os comerciantes desonestos, as pessoas que mendigam ou procuram por empregos são cada vez mais numerosos, não haverá aquele que não empregue uma linguagem grosseira, que mantenha sua palavra, que não seja invejoso e fofoqueiro, pessoas sem moralidade iram pregar virtudes a outras, a censura reinara, associações criminosas forma-se nas cidades e nos paises, faltara água assim como furtas e vegetais. Os homens perderão os sentidos de valores, sofrerão de dores, usaram cabelos revoltos, no decorrer de Kali yuga as pessoas nascerão mas terão esperanças de vida que só será de dezesseis anos, as pessoas terão invejas das roupas dos outros, os ladrões roubarão os ladrões, muitos se tornarão letárgicos e inativos, as doenças contagiosas, os ratos e as serpentes atormentarão os homens, homens sofrendo de fome e medo encontrar se ao nas cercanias e portões de varias cidades.



Ninguém vivera mais a duração normal da vida, que é de oitenta anos, os ritos perecerão nas mãos de homens sem virtudes, pessoas praticando rituais transviados espalhar –se ao por toda a parte, pessoas não- qualificadas estudarão os textos sagrados e torna se ao supostos peritos, os homens matar se ao uns aos outros e matarão também as crianças, as mulheres e as vacas, os sábios serão condenados á morte.



Entretanto alguns poderão alcançar a perfeição em muito pouco tempo, excelentes devotos, com sinceridade continuarão a praticar a fé e os caminhos da devoção,( Linga purana-II-cap-39-42-49).



A Kali yuga é num certo sentido um período previlegiado, os primeiros homens ( satya yuga) ainda próximos do divino eram sábios, mas os últimos homens os de Kali yuga, ao se aproximarem da morte, aproximam-se tambem do principio em que tudo volta ao seu fim. No meio das decadência moral, das injustiças, das guerras, dos conflitos sociais que caracterizam a era de Kali, o contato com o divino pela via descendente é cada vez mais fácil.





Os méritos adquiridos em um ano de Treta yuga podem ser obtidos em um mês de Dwapara yuga, e em um dia na Kali yuga ( Rudra samhita).



No final de Kali yuga o justiceiro nascera na dinastia da Lua, seu nome será Pramiti, ele comecara sua campanha com trinta e tres anos, e continuara por durante quarenta anos, massacrara milhões de homens, os homens matar se ao entre si e a anarquia será completa, o medo reinara por toda a parte, todos desconfiarao de todos os homens irão se alimentar de vinho, carnes, raízes e frutas, os raros sobreviventes no final de Kali yuga estarão em um estado deploravel, e em seu desespero começarão a refletir , Será então que repentinamente aparecera a nova idade de ouro. O sobreviventes das quatro castas serão a semente de uma humanidade nova. ( Linga Purana II-cap-39-46-55).



Há outras descrições no Rudra Samhita que diz- O fim do mundo atual será provocado por um fogo submarino ( kalagni), surgido de uma explosão semelhante a de um vulcão denominado Vadara mukha, que consumira a água que os rio trouxeram para o oceano. A água transbordara do oceano e inundara toda a terra,o mundo inteiro ficara submerso.



Segundo alguns especialistas em energia atômica, uma explosão nuclear a uma certa profundidade no oceano poderia provocar uma reação em cadeia que decomporia a água do mar, trata se entretanto do fim do ciclo atual da vida terrestre. A destruicao não será total.



Após esse dilúvio uma nova Era do Ouro ou Satya yuga renascera, o fim do universo ainda não esta perto, ainda sete vezes a humanidade devera nascer e morrer, no final dos tempos, a matéria ira se reabsorver pelo processo inverso daquele pelo qual surgiu, em seguida á explosão primordial. Nada nem matéria, nem deuses, nem almas restarão neste plano mortal.



O Rudra Samhita acrescenta- quando o universo chega ao fim, tudo o que existe móvel ou imóvel dissolve-se, tudo mergulha na escuridão, já não há sol, nem estreles, nem planetas, já não há lua, nada separa o dia da noite, já não há fogo, nem vento, nem água, nem terra. Já não há principio manifesto, o espaço apresenta –se vazio de todo o elemento energético, já não existe bem, nem mal, nem som, nem tato, nem odores, nem cores, nem gosto. As direções do espaço já não são marcadas, a escuridão é tão densa que não pode ser furada por uma agulha.



No capitulo seis do Rudra Samhita termina...



...neste estado incompreensível para o espírito que não pode ser expresso por palavras, não pode ter nem nome nem cor, não é sutil nem denso, nem grande nem pequeno, nem leve, nem pesado, já não existe nem crescimento , nem declínio, nem começo nem fim.....



Durante a Era de Kali, o grande Shiva, o pacificador, azul- escuro, revelar se a sob uma forma dissimulada para restabelecer a justiça, e aqueles que forem a seu encontro receberam a graça divina.
Om namah Shivaya!