Apresentado por Hari Govinda Das.

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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Prefacio

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Este tratado filosófico não é um ensaio da historia das religiões, é o reflexo de uma experiência pessoal e da descoberta após muitos anos de estudo e também minha experiência através de vários contatos pessoais com variados aspectos da cultura hindu.


O tema tratado aqui é Anterior ao hinduismo Védico,a religião grega , ao zoroastrismo etc, esse culto surge primeiro como resultado dos esforços do homem, desde suas origens mais distantes, para compreender a natureza da criação, sua beleza, sua crueldade, seu equilíbrio e a maneira como pode se integrar na obra do Criador, cooperar com ele.



Aos poucos percebemos que tudo o que me parecia valido nas religiões ulteriores são apenas remanescentes parciais,deformados e às vezes desnaturados ou habilmente dissimulados , desta antiqüíssima sabedoria resumida nos cultos a Shiva.



As concepções que o Shivaismo nos fornece sobre a natureza do mundo material e sutil, assim como seus métodos ,a yoga, o sankhya(cosmologia) e o tantrismo,representam um conhecimento da natureza e do cosmo jamais igualados.



As forcas obscuras que parecem reger o mundo moderno dão mostras de muita habilidade para afastar, deformar e anular todos os impulsos do homem em direção as realidades fundamentais, á ordem divina do mundo.Assim que um bosquejo em direção á luz se faz sentir “e imediatamente controlado por aqueles que devem desnaturá-los, explorá-lo e transformar o benéfico em maléfico.



É difícil para o homem alcançar o verdadeiro saber e a sabedoria. Os homens, dizem os Upanishads, fazem parte do rebanho dos deuses, e não agrada aos deuses perder cabeças do rebanho.É por isso que os deuses põem obstáculos nos caminhos do conhecimento, o qual poderia permitir ao homem libertar-se , escapar da escravidão , da armadilha( pasha) do mundo natural.



Os yogues , durante sua preparação, adquirem poderes místicos cada vez mais extraordinários. Se se deixam levar para essas tentações , iriam se desviar do seu objetivo. Por outro lado, quando a humanidade, em seu conjunto, torna se um perigo para as outras espécies, para o equilíbrio da natureza, os deuses inspiram os homens a loucura que os conduz á sua destruição. No entanto, um caminho permanece sempre aberto para a volta do homem a seu verdadeiro papel, á cooperação na obra divina.



Esse caminho ensinado pelo Shivaismo, não tem nada a ver com as falsas virtudes, os problemas morais ou sociais artificiais em que se comprazem as religiões e as sociedades modernas, cujo objetivo é precisamente enganar os espíritos, afastar os homens dos valores reais e, portanto conduzir a humanidade ao suicídio. O caminho do Shivaismo seria um dos poucos que poderia permitir á humanidade a se salvar.



O principio do Shivaismo é o de que nada existe no universo que não faca parte do corpo divino, que não passa de um caminho para alcançar o Divino,todos os objetos , todos os aspectos do homem todos os fenômenos naturais, as plantas, os animais, todos podem ser pontos de partida para nos aproximarmos do divino.



Não existe nem alto nem baixo, funções inferiores ou superiores, profano ou sagrado, se reconhecemos a ordem divina em todas as coisas, todas as nossas funções psíquicas, todas as nossas ações ou potencialidades,seremos mos companheiros ( kaula) do deus. Ou participantes ( bhaktas) ,se pelo contrario ignorarmos ou nos recusarmos a ver a ordem universal em tudo o que constitui nosso ser físico ou mental e os laços nos unem , em todos os níveis, ao mundo natural e cósmico, atraímos sobre nos a loucura destruidora, que é a manifestação da cólera dos deuses.



O universo é uma obra maravilhosa de harmonia, beleza e equilíbrio.Outros universos são possíveis, baseados em outras formulas, aquele que o homem se encontra é o resultado de uma forma de pensamento dessa principio imenso, incognoscível, indefinível, de onde surgiram os deuses, a matéria e a vida.



O mundo mineral, o mundo vegetal, o mundo animal e humano e o mundo sutil dos espíritos e dos deuses existem um pelo outro, um para o outro. Não poderia haver uma verdadeira aproximação do divino, uma bisca do divino, uma ciência , uma religião, uma mística que não levasse em conta essa unidade fundamental da criação.



É para os buscadores sinceros e de boa vontade , perdidos num mundo de falsos valores, traumas e vícios que preparamos esse pequeno comentário do Linga Purana, talvez muito insuficiente, mas que pode lembrar a alguns que existiu, que ainda existe, um caminho para a sabedoria, que é a busca da compreensão da natureza do mundo e da cooperação na obra divina.

Om tat sat!

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